[Séries] Jules and Monty

Eu admito: chega uma hora que só séries de TV passam a ser insuficientes no meu dia. Às vezes eu estou cansada de coisas sempre no mesmo formato e preciso espairecer com algo diferente. É aí que meu vício mais recente entra em ação, e eu dou olá pras webséries.

Aqui no Pausa eu já falei sobre Emma Approved e sobre Classic Alice (e talvez sobre alguma outra, mas não vou me lembrar agora). Mas além delas, há outras. O caso mais recente é essa que trouxe pra cá hoje. A fofíssima Jules and Monty.

Se o nome não te lembra nada, eu explico: Jules and Monty é uma adaptação modernizada do clássico da literatura, do mais romântico dos romances, o mais trágico dos dramas, Romeu e Julieta. Eu sei o que você está pensando – como transpor uma história dessas pro mundo moderno sem ser uma completa cópia de Romeu + Julieta, um dos marcos da carreira de Leonardo DiCaprio, não é mesmo? Mas eu garanto, não é nada parecido. Ou pelo menos, não tanto quanto se poderia esperar.

Em Jules and Monty, nossos personagens vivem numa Verona americana, e estão na faculdade. Julieta Caine é caloura na faculdade que consagrou sua família, onde seu irmão mais velho, Cliff, é o líder bajulado de uma das maiores fraternidades, a Kappa Alpha Psi. Ela divide o alojamento com sua melhor amiga, Nancy Mills, uma garota festeira, ousada e sem papas na língua. Enquanto isso, Romeu Montgomerry se alistou para fazer parte da Mu Tau Gamma, a fraternidade inimiga, só pra agradar seus amigos. Tanto Romeu quanto Julieta estão participando do mesmo projeto pra uma aula de Comunicação que eles sequer sabem ter em comum – gravar vlogs com sua experiência na faculdade.

Um dia, Romeu e os outros garotos da MTG resolvem “invadir” uma festa particular da KAP, só pelo prazer do desafio. É lá que seu olhar se cruza com o de Julieta. Eles se beijam, se apaixonam, e se despedem sem que um saiba da identidade do outro. Mas a descoberta da disputa a que estão presos por nomes e fraternidades opostas não é o bastante para afastá-los, e Romeu e Julieta – ou, como preferem ser chamados, Monty e Jules – passam a se encontrar em segredo. Se Cliff descobrir que sua irmãzinha está saindo com um MTG e não com Francis, o intercambista francês que ele arranjou para ela, cabeças vão rolar.

A história se desenvolve ao longo de um semestre na Universidade de Verona, somando 18 episódios no canal da série. A linguagem, no entanto, é o que mais impressiona – Jules and Monty consegue misturar o moderno com o original de maneira que muitas vezes nós, espectadores, estejamos ouvindo as falas da peça escrita por Shakespeare sem nos dar conta. Tem um trabalho excelente de atores, que compensa as demais precariedades de produção da série. É lindo e emocionante e de partir o coração.

Não preciso mencionar que, como em qualquer releitura de Romeu e Julieta, essa também não termina bem. Ou termina? Depois de ter visto todos os episódios, eu ainda não consegui decifrar meus próprios sentimentos sobre o final. É igual, mas é diferente. É esperado, e mesmo assim, me deixou surpresa. A adaptação em si segue caminhos ao mesmo tempo surpreendentes e completamente óbvios, nos dando aquela sensação nítida de que tudo aconteceu exatamente da maneira como tinha que acontecer. O que não impede o sofrimento, é claro. Nunca impede.

Você pode conferir Jules and Monty clicando aqui. Há uma equipe trabalhando nas legendas em português para a série, e até agora, há legendas disponíveis pelo menos até o episódio nº10. Sem desculpas pra não assistir 😉