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A “Menina Má” é muito mais do que um livro sobre uma criança malvada

“O que você me dá se eu der para você uma cesta de beijinhos?”

Indicado por Hemingway como um livro “Assustadoramente BOM“, “Menina Má” já estava na minha lista de leitura antes mesmo de ser lançado pela Darkside Books. E quem me conhece, acompanha o blog há algum tempo, já sabe que tenho um interesse incomum por crianças más. Depois de ler “O que nos faz Bons ou Maus” de Paul Bloom e ler uma frase sobre crianças que nunca mais saiu da minha cabeça: “São humanos como eu ou você. Têm impulsos bons e maus.”  Eu nunca mais olhei crianças da mesma forma. E venho aos poucos acumulando leituras do gênero como “Viva Pra Contar” da Lisa Gardner.

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MENINA MÁ ALÉM DO LIVRO

É importante ressaltar que com “Menina Má”, William March influenciou muita gente dentro do cinema e da literatura. Rhoda Penmark pode ser considerada a mãe de muitas crianças cruéis que conhecemos (amamos) e tememos, Como Dexter, Damien e uma pequena listinha que você pode conferir nesse site com 18 filmes com crianças que você não ia gostar de conhecer.

“-Eu sei que, no fundo, você está muito triste, minha linda. -Não sei do que está falando, mãe. Não sinto nada”.

Publicado em 1954, o livro de William ganhou fama rapidamente, o que o levou aos palcos da Broadway e aos cinemas em 1956. O filme de Mervyn LeRoy, “The Bad Seed”,  foi indicado a 4 oscars, incluindo o de melhor atriz para Patty McComarck, que interpretou a “Menina Má” na telona. No Brasil o livro saiu com o título “A Tara Maldita” e tem nota 7.5 no IMDB.

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ALÉM DE UMA CRIANÇA MÁ

É importante ressaltar que “A Menina Má” não é apenas um livro famoso sobre uma menina malvada e sem coração, ele teria que ter muito mais para chegar aos status que tem hoje, e é sobre isso que vamos falar agora.

Ao construir Rhoda Penmark, William não se conteve apenas em criar uma boa história de uma criança com problemas de empatia, o autor se preocupou em criar um ambiente para que a maldade pudesse crescer sem problemas, ele criou personagens coadjuvantes que contribuíssem para um ambiente inocente, em uma sociedade onde Rhoda poderia agir sem problemas. Tudo contribui para que Rhoda pudesse executar seus crimes sem maiores suspeitas.

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Ao falarmos tanto de Rhoda também esquecemos muitas vezes de mencionar uma personagem mais complexa e importante que Rhoda, a protagonista dessa história; A mãe Christine Penmark. Essa personagem as vezes sai do nosso radar, mas é ela com seu jeito bobo ao qual não damos um centavo que constrói e desenvolve a história com suas suspeitas de uma mãe comum e sem espaço em uma sociedade machista, onde suas obrigações comuns são escrever cartas apaixonadas ao marino e cuidar de sua filha para que tudo esteja impecável.

“Ela é tão fria, tão impessoal em relação a coisas que incomodam os outros..”

Christine se vê em um embate quando sua filha de 8 anos demonstra sua falta de empatia. Nesse momento descobrimos a problemática do livro, que não é executar ou esconder um crime, mas lidar com a verdade, com a falta de sentimentos de Rhoda,  com a ausência de amor da pequena malvada. E em uma narrativa com mudanças rápidas e dinâmicas que não avisam ao leitor, construimos uma ligação com os personagens, principalmente com uma mulher que não foi criada para conseguir lidar com um possível colapso quando seu passado e seu presente se ligam.

“Menina Má” é um livro excelente para discutirmos a falta de empatia e a possibilidade de maldade presa dentro de um ser humano, mas ainda mais, é um livro para discutir a moral, a ética e sobretudo o papel da sociedade dentro de uma casa. A pressão de uma sociedade na criação de um filho e na falha de uma mão ao realizar a “única” (com muitas aspas aqui e ironia) coisa com a qual seu marido a deixou lidar sozinha.

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EDIÇÃO E EXTRAS

A Edição de Menina Má da Darkside Books conta com capa dura, marcador de fita e uma diagramação impecável. Menina Má ainda possui um prefácio escrito por Elaine Showalter que nos permite conhecer ainda mais o autor e ter uma visão diferente da obra, temos alguns detalhes importantes nesse prefácio que vão nos ajudar a compreender personagens e olhar Rhoda com olhos mais perspicazes e inteligentes.

Menina Má é uma ótima escolha para quem é fã de um bom romance policial, para quem gosta de um bom mistério e para aqueles que sabem que crianças tem um lado bem cruel.

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ISBN-13: 9788566636819 | ISBN-10: 8566636813 | Ano: 2016 | Páginas: 272 | Editora: DarkSide® Books

William March nasceu em uma família pobre no Alabama, em 1893. Alistou-se na Marinha e combateu na Primeira Guerra Mundial, tendo recebido condecorações dos governos norteamericano e francês. Largou a farda logo após o conflito, e os horrores do confronto lhe inspiraram a escrever seu primeiro romance, Company K. Publicou seis romances e quatro compilações de contos. Morreu em 1954, um mês após o lançamento do seu livro mais celebrado, Menina Má.

{ Esse livro foi enviado pela editora DarksideBooks para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog

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Baci ;*

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