Vamos tirar algo do caminho antes, podemos? Eu amo jogos de terror, geralmente chamados de Survival Horror. Sou um curioso pelas experiências e emoções intensas que esse gênero proporciona e como o cérebro reage a tais emoções. Tendo dito isso, não estranhem – ok, podem estranhar sim – quando ficar um pouco animado falando sobre jogos de terror aqui no Pausa.
Anna é a nossa chefa que não esta segurando uma adaga no meu pescoço e me ameaçando se caso fizer piadinhas com ela por todo esse texto um jogo de terror criado por desenvolvedores indies italianos, inspirado em lendas urbanas italianas. No jogo você controla um homem sem rosto e sem nome, que eu escolhi acreditar que se assemelha à Hannibal, em procura do seu amor que dá nome ao jogo.
O game, tanto em sua versão original quanto na estendida, é um daqueles clássicos ação/aventura de point and click, onde você deve resolver puzzles lógicos para poder prosseguir no enredo. O problema é que Anna tem a mesma relação com lógica que um prego tem com um balão cheio de gás mostarda. No original, você tinha que ajeitar duas partes de um vidro, colocar no topo de uma porta e acender uma semente na frente e isso, DE ALGUMA FORMA, abria a tal porta da frente. Eu gostaria de estar brincando. Anna tem seus momentos de pura tensão, mas era difícil continuar imerso na experiência quando se tinha que dar alt + tab no jogo pra olhar na internet como se resolvia os puzzles, e nem tentem argumentar, porque depois que eu “descobri” que tinha que pegar um coração de uma criança, que estava em uma pintura na parede, queimá-lo, e jogar as cinzas em seis raízes que coloquei na parede anteriormente, percebi que qualquer tentativa de deduzir aqueles enigmas era como desperdiçar neurônios que eu poderia estar usando pra ler pesquisas de neurociência e ajudar o mundo de alguma forma.
Mas a versão estendida muda algumas dessas falhas. Além dos visuais estarem melhores e menos pesados, devido à correções de algumas falhas na egine do game, Anna agora tem enigmas mais lógicos e humanamente desafiadores – eu ainda não entendo a razão de alguém colocar um mecanismo tão mirabolante pra trancar a porta da frente, mas hey, lógica de vídeo games.
Outro aspecto que vale muito a pena mencionar é como Anna consegue entrar em sua cabeça facilmente, tanto a entidade do jogo em questão quanto a dona do blog em questão. A entidade do jogo tem uma percepção muito aguçada dos movimentos do jogador: digamos que um vaso é jogado aleatoriamente no chão e seu coração dispara, travando ou descontrolando seus movimentos com o mouse, Anna entenderá que você ficou tenso com aquilo e vai usar o mesmo artifício sutilmente nas próximas horas de jogo, além de VÁRIOS outros truques. Enquanto a Anna do blog, ela [parte do texto censurado por questões de sobrevivência].
Anna Extended Edition foi uma melhoria necessária para o game original e o deixou ainda mais interessante para quem curte bons momentos de tensão e enigmas desafiadores. É um título disponível apenas para os computadores e recebe três xícaras e meia de café bem forte e um par de calças novas, em caso de você não se aguentar muito dentro desse gênero.
Hoje, 27 de agosto de 2016, estou comprando esse jogo nessa mesma versão para o meu Playstation 3 pela PSN na promoção “Venda dos Mortos”. Sua análise está excelente e tem grande “culpa” por eu adquirir esse game (he he he). Muito obrigado. Abraço.