“O Vilarejo”, escrito pelo autor brasileiro Raphael Montes era uma das minhas leituras escolhidas para esse mês de terror e halloween.
Quem me conhece sabe que livros policiais são uma das minhas paixões e foi por esse motivo que conheci os livros do Raphael. Há algum tempo li Dias Perfeitos e confesso que apesar de gostar da escrita do Raphael me decepcionel com o final previsível e explicado da história. Então também confesso que ao começar a leitura de “O Vilarejo” que vocês tanto elogiaram, o medo foi grande.
A leitura rápida foi concluída em poucas horas o que deixa o leitor com aquela sensação gostosa de ter começado e finalizado um livro de uma vez só, é a cura pra qualquer ressaca literária.
Raphael Montes nos conta aqui em poucos contos a história de um Vilarejo, onde ele se chama de tradutor e não escritor, em seu prefácio ele nos conta que a obra “chegou” até ele. Um recurso usado por alguns escritores para dar aquele ar de mistério que a gente tanto gosta. Infelizmente esse recurso não é tão novo, mas mesmo assim cativou muitos leitores. Fiquei na dúvida o quanto isso influenciaria na obra, no final foi apenas um detalhe, pois o que eu realmente gostei na narrativa do Raphael, foi a sensação.
E você me pergunta, mas que sensação é essa Anna? Vamos com calma, primeiro preciso dizer que felizmente o que aconteceu em Dias Perfeitos felizmente não se repete aqui, minha decepção com o final não se repetiu pois Raphael soube conduzir os contos incrívelmente bem para transmitir ao leitor a sensação de reconhecimento dos personagens e a vontade de continuar a leitura, de se hospedar naquele vilarejo e conhecer suas histórias, seus personagens e seus demônios.
Essa sensação é o que nos faz querer continuar lendo a obra, mas ainda não é dela que eu estou falando.
Raphael conseguiu transmitir uma sensação de que estamos sendo todos controlados, sejam atos bons ou ruins, sempre existe algo mexendo as cordinhas para nos levar a lugar x ou y. Nunca sabemos onde vamos chegar ou se estamos caminhando por uma estrada segura. Essa sensação de que somos todos marionetes, no caso aqui, de demônios com objetivos claros, é a sensação da qual eu estou falando.
Os livros estão aqui para nos promover sensações, sejam elas quais forem. E o medo de “O Vilarejo” não é de um fantasma te encontrar no meio da noite, é o medo que sentimos quando sentimos que algo está errado, mas continuamos repetindo a ação. Estamos cientes de todos os nossos atos? Sabemos onde todos eles vão nos levar?
“O Vilarejo” nos deixa a dúvida e apesar de não ser o livro de terror que vai te assustar ou te surpreender incrivelmente, ela faz o seu trabalho em nos deixar com a pulga atrás da orelha. É um bom livro para ler em poucas horas e entrar no clima de suspense desse mês de Outubro.
ISBN-13: 9788581053042 | ISBN-10: 8581053041 | Ano: 2015 | Páginas: 96 | Editora: Suma de Letras
Raphael Montes: nasceu em 1990, no Rio de Janeiro. Advogado e escritor, publicou contos em diversas antologias de mistério, inclusive na Playboy e na prestigiada revista americana Ellery Queen Mystery Magazine. Suicidas (Saraiva), romance de estreia do autor, foi finalista do prêmio Benvirá de Literatura 2010, do prêmio Machado de Assis 2012 da Biblioteca Nacional e do prêmio São Paulo de Literatura 2013.
{ Esse livro foi enviado pela editora Suma de Letras. para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog }
Baci ;*
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