“Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam. Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, furiosa com o tratamento dispensado pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos mágicos inconsciente. Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo do Clã de repente se concretiza: uma maga não treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos.”
Confesso que até quase metade do livro eu fiquei bem desapontada com O Clã dos Magos, o primeiro livro d’A Trilogia do Magro Negro, da Trudi Canavan. O começo do livro é muito agitado e poucas coisas são explicadas. Somos apresentados a cinco personagens principais: a favelada (não é pejorativo, ela é tratada dessa maneira no livro, não briguem comigo) Sonea, o seu amigo e intrépido “escudeiro” Cery, e os magos Rothen (te amo), Dannyl (te amo mais ainda) e Fergun (morre diabo).
Okay, os personagens são apresentados, você entende a história principal, e o livro cai num marasmo doentio! Quase 200 páginas lendo a fuga da Sonea, e as tentativas de captura, e muito, muito, muito pouco é adicionado nessa parte. Claro que você conseguirá pescar elementos importantes para a caracterização desses cinco personagens, mas, sabe… nada que não pudesse ser feito em um número menor de páginas.
Estava, como já disse, bem decepcionada, até que o fim da primeira parte chegou e as coisas voltaram aos eixos. A segunda parte parece até um livro diferente. O que eu senti, posso estar falando uma besteira gigantesca aqui, é que a Trudi pegou o ritmo que o livro deveria ter, e ai a história deslanchou, e quando eu percebi estava lendo o último capítulo.
Da metade pra frente você desenvolverá laços muito bem definidos de amor e ódio por certos personagens, e se for bobinho como eu, irá brigar com a Sonea, querer estapeá-la, abraçar o Rothen, abraçar mais forte ainda o Dannyl, enfim… os personagens vão criar vida.
Um ponto muito tenso no livro é o conflito interno da personagem principal Sonea. Ela é uma garota humilde, que vive com os tios à margem da sociedade, ou melhor, na chamada favela do país. Como os seus páreas, ela ODEIA os magos do Clã, e quando compreende a dimensão do seu poder e que o clã é essencial para que ela aprenda a controla-lo cai numa dúvida que só se resolverá nas últimas páginas do livro: devo me submeter à vontade do clã e permanecer aqui, ou devo fugir e tentar desenvolver os meus poderes por conta própria?
O mundo construído é fantástico, com um nível de detalhamento perfeito. Uma coisinha que eu senti falta é de uma descrição mais precisa sobre as características físicas dos personagens. Eles são desenvolvidos de maneira perfeita quanto à personalidade, mas fisicamente… nhé.
Bom, o último capítulo me deixou com um gosto maravilhoso de “EU PRECISO LER O PRÓXIMO, MALDIÇÃO!”, e quando isso acontece comigo, meu amiguinho… é porque mesmo com alguns defeitos, aqui relembrando o tédio das primeiras 200 páginas, o livro conseguiu me pescar e me cativar.
Quanto ao aspecto do livro, a Novo Conceito está de parabéns: páginas amarelas como todo leitor gosta, e mesmo sendo um livro bem grosso não é pesado. Eu particularmente gostei bastante da capa e é um livro que fica, junto com os seus irmãozinhos, muito bonito
na prateleira. Com base nisso, e no fato de que já estou com o segundo livro, “A Aprendiz”, separado em cima da escrivaninha, eu darei deliciosas e reconfortantes 4 xícaras de Mocha para o fantástico e mágico (sacou?) O Clã dos Magos.
Eu li o livro e amei, fiquei com uma mega vontade de ler o próximo – estou esperando por este momento ainda – mas enfim, não senti o que você sentiu, a caída do ritmo, acho que li tão empolgada que nem percebi. Devorei o livro rapinho e espero ler os próximos volumes em breve.
O livro me paraçe bom, já vi resenha de O Lorde Supremo, e ele tá chegando aqui.
É um livro que tenho vontade de ler, gosto da capa e da sinopse.