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[Resenha] Manuscrito encontrado em Accra de Paulo Coelho

Paulo Coelho. Divisor máximo de opiniões entre os leitores. Alguns amam, outros odeiam. Eu, curioso, e de tanto ouvir gente falar mal das suas histórias resolvi dar uma conferida neste ultimo livro lançado por ele. E entendi, porque ele é o ato de tanto amor e ódio.

Parti do princípio de que não poderia ver algo tão ruim assim, de um dos autores que mais vendem livros no mundo. Se muita gente compra, não é porque tem pelo menos alguma coisinha de bom.

Manuscrito encontrado em Accra, é uma adaptação criada pelo autor a partir de manuscritos originais encontrados em Nag Hammadi por um arqueólogo inglês.

O livro é um relato de uma reunião entre sábios, o povo de Jerusalém e um grego chamado Copta, que às vésperas de uma invasão dos cruzados, leva aos reunidos uma mensagem de sabedoria e de busca pelo conhecimento. Copta responde questionamentos levantados pelo povo e revela nos detalhes e nos pequenos gestos a felicidade e a resposta que muitos procuram.

Nas falas do personagens encontramos ensinamentos sobre a vida, sobre o amor, sobre o sexo, sobre a elegância e muitos outros encalços da vida. Ensinamentos que foram transcritos em manuscritos datados de aproximadamente 1300 D.C. Há uma linha tênue entre a realidade e a ficção neste livro, que não pode ser considerado um livro de história propriamente dito, e tão pouco um completo romance de ficção.  O livro transita entre os limites da auto-ajuda, da psicologia, do místico e tantos outros.

Não é uma leitura de grande fixação. Não há grandes acontecimentos, reviravoltas, muito menos polêmica. É apenas um livro com valores milenares imutáveis, que continuam sendo pregados desde que a humanidade existe. Se todos os livros do Paulo Coelho seguem esta linha, eu até posso entender o volume de vendas. Ele tem lá o seu encanto. Tem o seu público que não é pequeno. Mas pelo menos a mim, a mensagem não atingiu da maneira como atinge tantos pelo mundo.

Um relato sobre o amor, pelo amor. Que já foi contado muitas vezes e aqui se repete. Leva 2,5 xícaras de café com leite.

Manuscrito encontrado em Accra de Paulo Coelho 

14 de julho de 1099. Enquanto Jerusalém se prepara para a invasão dos cruzados, um grego conhecido como Copta convoca uma reunião com os jovens e velhos, homens e mulheres da cidade. A multidão formada por cristãos, judeus e muçulmanos chega à praça achando que irá ouvir uma preleção sobre como se preparar para o combate, mas não é isso que o Copta tem a lhe dizer. Tudo indica que a derrota é iminente, mas o grego só quer instigar as pessoas a buscarem a sabedoria existente em sua vida cotidiana, forjada a partir dos desafios e dificuldades que têm de enfrentar. O verdadeiro conhecimento, acredita, está nos amores vividos, nas perdas sofridas, nos momentos de crise e de glória e na convivência diária com a inevitabilidade da morte. Na tradição de O Profeta, de Khalil Gibran, o Manuscrito encontrado em Accra, de Paulo Coelho, é um convite à reflexão sobre nossos princípios e nossa humanidade. “Ame. Não falo aqui apenas do amor por outra pessoa. Amar significa estar disponível para os milagres, para as vitórias e derrotas, para tudo o que acontece durante cada dia que nos foi concedido caminhar sobre a face da Terra.”

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