“Mulheres de Cinzas” é o primeiro livro da trilogia “As areias do Imperador”. Um romance histórico escrito por Mia Couto sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane.
Este foi o primeiro livro do autor que eu li. Já fazia muito tempo que eu queria começar a ler algo do Mia Couto, mas sempre deixava para depois, para a próxima. Eu sabia que o autor acabaria cruzando a minha vida de leitura algum dia. Então não queria apressar esse processo. Que acontecesse naturalmente, e nesse caso, foi com “Mulheres de Cinzas”.
Não sei se fiz bem começar por este livro. Alguns dizem que sim e outros dizem que não. Ouvi dizer que este é um dos livros menos poéticos do autor, que sua leitura pode agradar mais os leitores novos que ainda estão conhecendo seu estilo. São opiniões diferentes onde a minha encontra o meio. Eu gostei do livro, mas queria ter começado em algo mais Mia Couto possível. Compreendem?
Aqui temos Germano e Imani, esta última uma garota de 15 anos que será intérprete de Germano em sua missão. Alternando a narrativa entre o sargento e a menina, temos uma visão ampla da guerra e da mulher naquela situação em que Imani se encontrava. Ser invisível para não sofrer os maiores danos que os conflitos e guerras podem causar a mulher.
Em um cenário dominado pelo sexo masculino, sobre as mulheres serem apenas cinzas, sombras. E aqui podemos dedicar nossos olhos para um sofrimento existente até os dias de hoje por mulheres ao redor do mundo. Algumas partes do livro nos machucam, são partes exigentes. Nos pedem opinião por nos mostrar como esses conflitos podem ser tão cruéis com almas tão puras.
“A diferença entre a Guerra e a Paz é a seguinte: na Guerra, os pobres são os primeiros a serem mortos; na Paz, os pobres são os primeiros a morrer. Para nós, mulheres, há ainda uma outra diferença: na Guerra, passamos a ser violadas por quem não conhecemos”.
Existem situações onde para mulheres, é melhor estar morta. A Guerra é uma delas e isso sempre me corta como uma faca. Pois penso no hoje e vejo que em muitos lugares, nada é feito para mudar essa situação e salvar estas mulheres.
Moçambique se torna mais próximo do leitor por meio das palavras do autor. Conseguimos viajar até aquele lugar perdido no mapa para muitos de nós, em cada capítulo. Acho que talvez isso e a forma sensível e poética para traduzir a história faz com que Mia Couto conquiste cada vez mais leitores por seu caminho. Com toda certeza, eu serei uma delas.
ISBN-13: 9788535926620 | ISBN-10: 8535926623 | Ano: 2015 | Páginas: 344 | Editora: Companhia das Letras
MIA COUTO, além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, ele é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Em 2007, foi entrevistado pela revista Isto É. Presentemente é empregado como biólogo no Parque Transfronteiriço do Limpopo.
{Esse livro foi enviado pela editora Companhia das Letras para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog}
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Eu nunca li Mia Couto, mas parece ser incrível.
Que citação forte! 😐
Amei suas fotos <3
Citação incrível né?
Ele é um ótimo autor!
Mia Couto tem lugar cativo no meu coração e na minha estante. Ainda não li todos dele mas já li vários e vi “apresentações” também. Já estou ansiosa por este. :*